02 abril 2005

VERDADEIRAMENTE O PAPA ERA POP

02 abril 2005
O grupo meio pop, meio rock Engenheiros do Hawaii disse numa de suas canções: 'O papa é pop'. E é! Agora que morreu, todos notaram. Por isso aqui vai meu reconhecimento a todos que, como ele, doam suas vidas por alguma causa. Não sou católico, apenas gosto de gente. Simplesmente corre em minhas veias um senso de gentetude que se sobressai aos dogmas religiosos. Tais dogmas muitas vezes podam a nossa liberdade. Liberdade que tanto outros lutaram para que eu a tivesse (sim, porque sou novo na idade).

Sem liberdade não podemos sonhar. Embora o sonho seja algo em nosso interior. Acontece que o tal senso de gentetude nos impulsiona a querer compartilhar com as pessoas o que se está sonhando e o sonhado. Quando nos tiram a liberdade, então, não nos tiram a capacidade de sonhar - claro. Apenas adiam, apenas protelam o nosso compartilhar e, talvez, a nossa capacidade de ajuntar mais pessoas para o mesmo lugar. É, meus amigos, às vezes nossas crenças religiosas exigem a quebra do sonho. Pede-nos para olhar de largo o antes almejado.

Gostar de gente nos faz 'dar um tempo' aos sonhos, em alguns momentos. Noutros, ele é a única alternativa. Gostar de gente nos faz perdoar. Não um perdão do tipo "perdoo mas não esqueço", mas aquele perdão que briga com a racionalidade desmedida. Gostar de gente nos faz preferir os lascados (como diz Leonardo Boff), nos faz querer o indigente, aqueles a quem a sociedade vira a cara.
Sobretudo, gostar de gente nos tira do discurso e leva para a prática. Nos faz chorar, rir, xingar, tocar, tremer, morder a língua, pisar firme. Nos mostra cotidianamente que somos humanos e, como tais, errantes na busca do acerto.

Parece que o Papa também fez isso.
Temos algo em comum: somos humanos.

1 comentários:

Tiago de Mello Cargnin

Tchê, cruzei e gostei. É isso aí, companheiro dê-lhe ficha.

 
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