26 outubro 2010

Menção

26 outubro 2010 0



Levi Nauter



Quando decidi, em janeiro/2010, criar um blog[1] dedicado à minha filha pensei num futuro indefinido no qual ela iria ler-me. Minha intenção foi e continua sendo o desejo de dizer ao meu baby o quanto ela é importante para mim. Dizer também das minhas peripécias (nem tanto) no cuidado com ela. Falar-lhe das vezes em que perdi o sono por ela não estar bem; ou perdido porque ela estava bem. E assim tenho feito.
Cuidar da Maria Flor tem sido a melhor aventura da minha vida. Ela é muito fofa.
Para minha surpresa, participei de uma formação bem interessante[2]. Dentre os temas abordados, a paternidade foi um ponto alto no meu conceito. Os estudiosos e pesquisadores ‘bateram’ nesta tecla: a criança precisa do contato com o pai (mesmo que ele não more com a mãe). Precisa, mais ainda, saber da própria história, da sua chegada neste mundo, da alegria que ela transmite a nós que a cercamos.Psicanaliticamente, foi falado, a mãe dá o vínculo afetivo enquanto o pai, o social. Ambos os vínculos são importantes.
Ouvir os produtores de conhecimento e saber-me no caminho certo dá-me uma alegria indizível. Resta-me prosseguir com meu Blog dedicado ao meu amorzinho.
Acompanhem-me nessa aventura.







[2] Participei da XI Jornada de Estudos do CAEPSY – http://caepsy.com.br – mais especificamente, gostei da palestra do professor Celso Gutfreind, médico psiquiatra, membro da SBPP, psicanalista e escritor. Tanto o tema quanto o seu entusiasmo eram contagiantes: A falta do pai e as conseqüências na adolescência”.

25 outubro 2010

colegas e mestres

25 outubro 2010 0
Levi Nauter

 


Parece ‘chover no molhado’, mas é a mais pura verdade: sou um privilegiado. Tenho a alegria de trabalhar com pessoas bem legais e com as quais muito aprendo. São professores de diversas áreas, com diferentes especializações, trabalhando com os mais diversos casos de alunos. A maioria dos meus colegas, tal como eu, trabalham 60h semanais para, ao final do mês, ter um melhor salário.
Eu tenho um carinho especial pelos meus colegas da noite. Trabalhamos numa comunidade cujos governos esqueceram de revisitá-los. Uma gente pobre, cheia de vulnerabilidade social (altos índices de violência, de consumo de drogas e uso de psicotrópicos). Lá se vê a utilidade do Bolsa Família – única renda de muitos. Igualmente lá, nos intervalos, é que vejo alguns alunos sedentos de um bom papo, com fome de gente que os valorize, que diga a eles do quanto são capazes de irem mais além. Mais que cuidar da aprendizagem, cuidamos, mesmo não tendo tanta clareza, bem mais da autoestima; em diversos momentos somos mais agentes de saúde mental do que professores. Somos bailarinos e fazemos acrobacias para eles rirem conosco.
A esses profissionais eu devo um agradecimento. Eles me fizeram uma bela e inesperada surpresa. Entendi como um mimo pelo dia do professor e do secretário. Além de refris e torta, recebi um vale-presente. Com ele adquiri dois livros: (1) A arte de educar, do psiquiatra e quase-ator Flávio Gikovate, e (2) Temperamento forte e bipolaridade, do também psiquiatra (e professor) Diogo Lara. Duas obras numa área da ciência que respeito e gosto de ler. Já estão na fila. Assim que lê-los postarei algo a respeito.
Obrigado colegas.
Vocês são demais.



15 outubro 2010

a sombra da mangueira - explicação

15 outubro 2010 0

Levi Nauter

Agora é fato. Depois de tanto sonhar, querer, planejar e imaginar sinto-me mergulhado na beleza dessa realidade. Todo e qualquer ser humano deveria ter essa dádiva também. A vida, porém, tem dessas coisas, tem de injustiças, tem também certo desleixo e um enfoque no consumo desenfreado em banalidades. Acaba que um lugar como o que possuo vai ficando em segundo, terceiro, quarto, quinto ou na sobra de algum outro plano. Que pena!
Pois a partir de agora tenho um lugar para dormir, acordar, sonhar. Nele é possível chorar e rir, viajar, navegar, mergulhar, visitar. A fruição pode rolar solta. Igualmente o medo, ora bolas, o arrepio, a surpresa por uma eventual novidade pela qual eu passe. Na minha companhia estarão diversos autores, nacionais e internacionais. Muitos músicos. O computador; as imagens tanto da minha filha quanto de minha mulher.
Finalmente consegui montar minha sala de estudos. Não é propriamente minha, senão da Lu e da Flor na mesma proporção.
A Sombra da Mangueira é um nome sem nenhuma oficialidade, mas com toda a garra e euforia na homenagem ao educador Paulo Freire. Uma amiga emprestou-me À sombra desta mangueira.[1] E eu gostei muito do livro, assim como gosto de quase tudo desse mestre. Seu jeito ‘circular’ de escrever cativou-me desde a primeira leitura que de sua obra eu fiz. A humildade de Paulo foi tanta que, numa leitura mesmo que nem muito atenta, em sua caminhada de escritor vai como que deixando cair sementes, toques, dicas de como escrever melhor. Fala sem medo de suas leituras (num de seus livros a Nita lista suas obras e escritores/pensadores que foram, digamos, forjando o Freire que hoje conhecemos), assim como não se escusa de dizer que pessoas já dormiram em suas palestras.
Em À sombra desta mangueira Freire diz por que sentava à sombra desse arbusto. Ali era o lugar da aprendizagem, da reflexão, a partir donde ele, solitário, partia para o coletivo. Já avançando na idade, descobrira um outro espaço que fazia as vezes da sombra da mangueira: sua biblioteca.

“Possivelmente não interesse a ninguém a indagação que me traz aqui, à sombra gostosa desta mangueira e nela ficar, por horas, “sozinho”, escondido do mundo e dos outros, fazendo-me perguntas ou discursando, nem sempre provocado por minhas perguntas.” (pág. 17)
“As árvores sempre me atraíram. (...) As boas vindas que suas sombras sempre dão a quem a elas chega, inclusive a passarinhos multicores e cantadores. A bichos, pacatos ou não, que nelas repousam.” (pág. 15)
“Minha biblioteca de adulto tem algo disso. Às vezes, é como se fosse a sombra da mangueira de minha infância.” (pág. 16)

Guardadas as devidas proporções, porque a de Paulo possivelmente era bem maior que a minha biblioteca, estou satisfeito com essa aquisição.  Espero que da minha pequena ‘árvore’ saiam galhos e folhas. Espero dar boa sombra aos que eventualmente passarem por mim. Espero ser um lugar de descanso aos ‘viajantes’. Também espero encontrar refugio nesse lugar.
De repente a gente se encontra.




[1] Publicada pela editora Olho d’água, li a 4ª edição (maio/2004) dessa obra empolgante – como me parecem os textos desse mestre.

11 outubro 2010

A SOMBRA DA MINHA MANGUEIRA

11 outubro 2010 3

07 outubro 2010

musica para o feriado

07 outubro 2010 0

Levi Nauter


É sempre um deleite quando tenho a oportunidade de ouvir música de qualidade, seja o estilo que for – desde que bem feita. Para o feriadão, aguardam-me, além de um pátio com grama a ser cortada e flores para serem cuidadas, dois discos instrumentais maravilhosos: (1) o impecável Lee Ritnour com seu trabalho Overtime e (2) Antoine Dufour, um franco-canadense que é porrada no violão, e seu trabalho Existence. Deixo uma palinha deste para nós. Espero que gostem. 








04 outubro 2010

E deu o PT

04 outubro 2010 1
Levi Nauter


Nunca recebi tanto e-mail como nessa campanha eleitoral. Minha ‘caixa de entrada’ esteve sempre acima da média. Não sei se por coincidência, meus amigos militantes da esquerda pareciam mais tranquilos, com eles era possível conversar sobre outros assuntos do cotidiano. Em contrapartida, os simpatizantes da direita estavam aparentemente muito preocupados, para não dizer apavorados.
Os anti-petistas foram os que mais tentaram me convencer a não votar no PT – o que não conseguiram. Por razões óbvias seria impossível eu votar no desastrado Governo Yeda, assim como querer um governo morno como o de Fogaça. Restou-me apostar na união entre os governos estadual e federal.
Foi uma vitória incontestável, no primeiro turno; uma vitória histórica. Abstenho-me de mais detalhes, este era meu desejo eleitoral. Espero que agora, finalmente, o vice-governador esteja mais afinado com seu titular. Ademais, terão a maioria do legislativo gaúcho o que, contando com as posteriores adesões fruto de diálogos, possibilitará substancialmente a governabilidade.
Aguardemos os próximos anos.
Em nível federal houve – eu diria – um adiamento para um aprofundamento nas ideias que eventualmente passaram batidas nos debates. Aí será a vez da direita, enfim, mostrar a que veio. Até agora o que vemos e ouvimos não passam de denuncismos. Não há propostas concretas para o país. Espero que também haja mais politização da população. Sobretudo, mais respeito com quem pensa diferente e não quer nem ser endeusado nem diabolizado.
Por fim, o panorama nacional demonstra-nos que há uma pendência do centro para a esquerda. A direita minguou sensivelmente, a meu ver porque está perdida: não tem projeto, não está se encontrando nas articulações e não sabe por (nem para) onde ataca.
De minha parte, estou satisfeito. 



 
LEVI NA INTERNET ◄Design by Pocket, BlogBulk Blogger Templates