03 abril 2010

para quem tem memória curta

03 abril 2010 1

Levi Nauter


O que esperar de alguém que tornou-se escritor mas, antes disso, foi aluno de grandes mestres? Mestre como Alceu Amoroso Lima, Celso Cunha e Manuel Bandeira, entre outros. Só poderia dar em coisa boa a nós, leitores. Sua contribuição ao jornalismo dispensa comentários; trabalhou nos principais nomes da informação nàcional – foi de repórter a chefe de redação.
Lê-lo é como sentar perto daqueles senhores, cabeças brancas, que amam contar histórias de tempos remotos. Lê-lo é renovar a mente, aumentando mais um leque de informações importantes. Lê-lo é saber de um ângulo privilegiado sobre a nossa própria origem. É também lendo-o que podemos aprender que não há inspiração para a escrita, senão transpiração mesmo. Ele é o tipo de escritor que tira leite de pedra (se isso é possível).
A primeira obra que li dele foi da série Plenos Pecados. Coube a ele escrever sobre a inveja (disse ter sido o que sobrara de tema) e deu um título sugestivo: Mal Secreto[1]. no casting da série havia o Luis F. Veríssimo e João Noll, ainda assim a inveja me pegou. Então conheci o Zuenir.

Zuenir Ventura é especialista em falar sobre os nossos anos de chumbo, a ditadura militar. Tendo sofrido na próp´ria pele a perseguição e as tolices dos guardiões da lei, escreve para quem tem memória curta. Escreve para a posteridade saber o que houve e não repetir os mesmos erros. Escreve igualmente como liberação da memória, para acrescentar aquilo que nem em nota de rodapé de um jornal poderia aparecer.

Entre o final de 2009 e início de 2010, li Minhas histórias dos outros[2]. Um belo livro. Uma obra. Suas leituras, seu contato com a música, suas viajens, o contato com grandes nomes da política nacional e internacional e com os bam-bam-bans da arte, tudo está posto em letras de mestre. O texto é primoroso, em que pese a revisão ter deixado escapar a falta ou a troca de alguns caracteres.
Recomendo, sem medo, a leitura. Será bom para quem não viveu a época ali descrita. Será excelente para quem a viveu fora dos bastidores. Aprenderemos como se faz uma notícia. Saberemos, sobretudo, que ditadura é sempre ruim, seja de esquerda, seja direita. O ditador subestima o poder do outro e, em geral, esquece da palavra. Zuenir traz à luz os fatos mais relevantes, aqueles que valem ser relidos, repensados e resenhados. Preferencialmente melhor do que este texto.






[1] Mal Secreto foi publicado pela Objetiva. Luis Fernando Veríssimo escreve sobre a gula; João Gilberto Noll, sobre a preguiça. E tem o clássico João Ubaldo escrevendo sobre a luxúria.
[2] Publicado pela editora Planeta, 2005.

02 abril 2010

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Levi Nauter

O mês de março é extremamente especial para mim. Nele aconteceram as maiores alegrias da minha vida. Por isso, não poderia deixá-lo passar em branco. Essa é a minha singela e sincera homenagem ao dia da mulher.
Foi há quinze anos, num sábado chuvoso, que oficialmente uní-me à mulher da minha vida. Ela estava linda naquele vestido branco; eu, ridículo naquele terno cenoura. O que aconteceu naquele encontro, junto às testemunhas e aos convidados, perdura até agora. Espero dure pra sempre. Lá declarei amá-la na alegria e na tristeza e ser-lhe fiel. Tem sido uma ótima experiência. Inesquecível caminhada juntos. Digo para a Lu que metade da minha vida foi escrita, vivida, ao lado dela (se contados o tempo de namoro e noivado) e que no futuro temos tudo para caminharmos ainda mais perto. A minha felicidade está na junção de muitos momentos alegres e especiais pelos quais passamos. Já rimos e choramos muito. Temos uma soma de experiências indeléveis pelo tempo. Aliás, o tempo tornou-se nosso aliado, acostumamo-nos a esperar. Foi assim até adquirirmos a casa própria. E assim também foi para a chegada da nossa joia maior: a Maria Flor.
A Lu é o meu porto seguro, é o lado racional da nossa casa. É o lado prático, artístico e de visão periférica do lar. É o melhor abraço que recebo, o maior carinho que sinto. A melhor companhia pra bater um papo, pra passear, dormir, ter prazer. Um reflexo do divino que torna a casa um pedaço do céu.
A outra alegria foi ter recebido minha filhota como um presente de Deus. Há um ano, no dia 24-03, nascia o que chamo de obra-prima. Acho que para sempre a verei como meu grande feito. Ela é carinhosa, risonha, cantadora e encantadora. Um anjo. Ela vem me ensinando a rever coisas com outros olhos. Uma formiga, por exemplo, tem grande significado pra ela. Outro dia ela comeu uma e até fez cara feia. Um pente pode ser um instrumento musical para ela, ou um instrumento com o qual se bate na mamãe e no papai. É muito fácil “perdermos” horas e horas com ela. Está aprendendo a caminhar e a dizer algumas palavrinhas (bah, é uma delas). Parafraseando o texto bíblico: ela é infinitamente mais do que pedi a Deus.
Contemporaneamente, inventou-se que o dia 8 é o dia internacional da mulher. Na minha casa todos os dias são das mulheres. Elas mandam. A mim cabe dar o melhor que posso. Todo o meu carinho e todo o meu amor são para elas.
Saber que elas me aguentam dá uma alegria indizível.
Lu e Flor, amo vocês!!!
 
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