23 dezembro 2012

momentos felizes

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Levi Nauter


Ainda bem, 2012 foi recheado de alegrias. Há quem diga que a felicidade é feita de pequenos momentos felizes. Então que seja; tive vários momentos felizes – a maioria deles proporcionada pela minha filha, a Maria Flor (www.florzinhadaminhavida.blogspot.com).sua
Mais dois outros momentos me deixaram feliz. Minha mulher concluiu a especialização em Ensino Fundamental refletindo sobre a indisciplina na escola. Sua formação em História ficou ainda mais rica e mereceu a nota máxima. Parabéns, meu amor!
De minha parte, tive a honra de ter sido selecionado em uma das sete melhores universidades do país, na área da educação, conforme a CAPES. A partir de 2013 vou cursar o Mestrado em Educação na UNISINOS (conceito 6 na CAPES). Depois de ter me debruçado em obras da educação (Chartier, Maturana, Demo, Freire, Gnerre, entre outros) ao longo de 2012, vejo como uma coroação ter sido classificado em todos os quesitos seletivos. Mais ainda, a linha de pesquisa Educação, desenvolvimento e tecnologias terá um aluno cheio de vontade de aprender e refletir teoricamente sobre os desafios da educação popular em meio à violência.
Que venham as próximas conquistas.


05 outubro 2012

A QUEDA - sugestão de leitura

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Levi Nauter



 


Cheguei à escola e de repente fui surpreendido mais uma vez. Foi o quarto livro que ganhei dos meus queridos colegas de trabalho. Na minha estante já estão os doutores Flavio Gikovate, Ingedore Koch e Diogo Lara. Agora, será a vez de um outro Diogo. O Mainardi.
Meus colegas sabem do meu gosto pela leitura e, no emaranhado de publicações que recheiam as prateleiras das livrarias, optaram por me presentear com um vale. O vale presente libera que a gente escolha o presente que tenha exatamente a nossa cara. Mas eu, nesse contexto, não tenho uma cara definida. Meu único critério é que o livro tem de valer a pena. A vida é curta, ando pensando. Em razão disso, a música, os livros, os familiares, as viagens, tudo precisa ser bem aproveitado.
De posse do vale, fui à livraria.
Eu jamais compraria um livro do Mainardi. Como colunista, considero-o um tanto sem respeito para com os políticos – se bem que, em alguns aspectos, ele diz o que eu gostaria de dizer. Mas Diogo Mainardi diz secamente, impiedosamente. Eu fico ‘cheio de dedos’.
Acontece que agora eu sou um pai. Sou pai e quero exercer plenamente minha paternamente. Talvez por isso, os livros que tratam desse tema andam chamando mais minha atenção. A queda fez isso comigo. Chamou-me. Já na livraria folhei-o e a primeira frase me deu um soco: “Tito tem uma paralisia cerebral”.
E esse é o tema do livro. Um pai relata a trajetória de um filhos que nasce e, por um erro médico, tem paralisia cerebral. Então a habilidade do Mainardi vai contando três histórias ao mesmo tempo: a do filho, a própria (a do pai) e a da arte.
O livro é muito bom.
Colegas, obrigado por essa experiência.




29 agosto 2012

procura-se

29 agosto 2012 0


 Levi Nauter


Para trabalhar, percorro um total de 80 Km por dia. E passo por três municípios: Canoas, Cachoeirinha e Gravataí. Num deles – o nome não vem ao caso em razão da discrição –, enquanto eu esperava a minha vez no semáforo, li um texto no pára-choque que achei bem legal.



“PROCURA-SE A CIDADE DESSES POLÍTICOS 
QUE APARECEM NA TELEVISÃO”






12 junho 2012

à minha namorada

12 junho 2012 0
Levi Nauter




Lu,

As palavras apenas chegam perto do que a gente quer dizer. E, no meu caso, que pouco conheço da profundidade e da sua variedade, é ainda pior.

Mesmo assim não poderia deixar passar em branco o nosso dia.

Sinto-me muito feliz por te namorar até hoje. Ainda lembro do nosso encontro, há vinte anos, quando a nossa timidez parecia que não iria nos levar tão longe. E, no entanto, cá estamos refletindo sobre o nosso caminho.

É muito bom te amar! Os meus dias ficam mais aconchegantes quando penso em ti. As noites ficam curtas e um dia é pouco.

Espero poder passar muitos vinte anos contigo.

Lembrei de uma música que há onze anos a gente vem cantando e que agora a nossa filha também faz o mesmo. Mais ainda, a canção reflete bem a nossa filosofia: viver, amar, valeu. A composição é do sempre bom Gonzaguinha e é belamente interpretada pela Zizi Possi, no CD Valsa Brasileira.



Quando a atitude de viver
É uma extensão do coração
É muito mais que um prazer
É toda carga da emoção
Que era o encontro com o sonho
Que só pintava no horizonte
E, de repente, diz presente
Sorri e beija a nossa fronte
E abraça e arrebenta a gente
É bom dizer viver, valeu
Ah! já não é nem mais alegria
Já não é nem felicidade
É tudo aquilo num sol riso
É tudo aquilo que é preciso
É tudo aquilo paraíso
Não há palavra que explique
É só dizer viver, valeu
Ah! eu me ofereço esse momento
Que não tem paga e nem tem preço
Essa magia eu reconheço
Aqui está a minha sorte
Me descobrir tão fraco e forte
Me descobrir tão sal e doce
E o que era amargo acabou-se
É bom dizer viver, valeu
É bom dizer amar, valeu.
Amar, valeu.





 

 

24 março 2012

[os ladrões que me desculpem]

24 março 2012 0


[os ladrões que me desculpem]

Levi Nauter
(...)
Eu quero ser a mendiga suja e descabelada
dormindo na vertical
Entender
Como a vida de alguém se acaba antes do final
Prefiro o Lou Reed no Velvet Underground
Gosto de Sylvia Plath, TS Elliot,
Emily Dickinson, Lucinda, Délia, Manoel de Barros
Ficam eternos por mim
(...)
Tomei um tiro
No vidro do meu carro
É a pobreza
Tirando o seu sarro
Foi meu dinheiro
Foi meu livro caro
Que façam bom proveito
Da grana que roubaram
Porque eu trabalho
E outro dinheiro eu vou ganhar
(...)

Ana Carolina[1]





Essa não é a melhor forma de retomar os textos no blog. Porém, fui furtado pela segunda vez.
Isso mesmo: os ladrões me acharam.
Em 2001, quando eu e minha esposa iniciávamos na faculdade, levaram nosso carro. Ao término da aula, fomos apressados até o carro, doidos para irmos pra casa. Mas, ‘cadê o carro?’ – perguntávamo-nos. ‘De repente a gente estacionou na outra esquina!’ – nos consolávamos. Tudo em vão. Tínhamos sido furtados.
Desta vez, hoje, 10-03-12, furtaram o som, a mochila com a qual minha filha vai à escolinha, a chapinha da esposa e o estepe zerado que ficava no porta-malas. Um carro com alarme, com fechamento automático das quatro portas (e isso é motivo de propaganda na hora de vender um carro e dizer que ele é seguro). Nada seguro pelo que notamos. Menos mal que não levaram a cadeirinha na qual a Flor passeia conosco. Voltamos para casa sem poder trancar as portas, sem conseguir baixar ou levantar os vidros dianteiros (elétricos). Com sorte, ainda nos restava o ar condicionado. Também há que se comemorar que os “queridos” não quebraram nenhum vidro, tampouco arranharam a lataria; apenas uns estraguinhos estéticos; afinal, os “meigos” tiveram um pouco de trabalho para arrancar o som. Levaram minha cópia da coletânea dos seis últimos discos do Don Moen – apenas a cópia. Ah, ia esquecendo, não deixaram o papel higiênico no porta-luvas – talvez para o caso de alguma dor... na consciência.
O furto em si não é o mais importante. A coisa que incomoda é a invasão da privacidade. O que enraivece é a ratificação da insegurança em qualquer parte (estávamos no centro de Canoas). A gente paga impostos e taxas e gorjetas e não tem absolutamente nenhum retorno satisfatório. O que me faz querer esganar esses ‘cabras’ é ver minha filha de três anos querendo a “muchila da moranguinho, papai”. O que aguça o sangue na veia é que essa gente sabe que nada lhes vai acontecer, que eu e minha família fomos mais uns. O que provoca indignação é eu estar cônscio do quanto suei minha camisa e agüentei desaforos para ter o que tenho e mesmo o pouco que me foi furtado.  O que enfurece é que nessas horas ninguém vê nada. O que me deixa ‘puto’ é que eu trabalho honestamente sessenta horas semanais para adquirir as coisas que tenho. E vem, mais uma vez repito, essa gente e surrupia o meu suor, invade a minha intimidade, adentra meu círculo mais importante e tenta, desastradamente, interromper a minha história.
Tenho convivido, por força do meu trabalho, numa comunidade na qual – sempre com as devidas ressalvas – a violência impera. Lá, por vezes, deparo-me (e até já questionei pessoalmente, não sem o risco de sofrer as conseqüências) com gente que adora riscar automóveis, roubar pneus; conseguem, do dia pra noite, cópia de chave de qualquer coisa, até de carros. Eu fico abismado com gente assim. Esse tipo de gentalha não deveria apenas ir preso, deveria trabalhar duro na prisão, deveria saber, a duras penas, o valor, o custo para se adquirir as coisas.  
Mas os ladrões que me desculpem, a minha vida é melhor que a deles. Eles são invejosos, pois não querem que eu tenha[2]. Não obstante, além de ser eu tenho (não muito, diga-se logo para evitar-se novos furtos ou roubos).
Os ladrões que me perdoem, vou continuar lutando pelos meus ideais. Vou continuar adquirindo aquilo que eu e minha família entendermos que seja o melhor para nós. Eles que me desculpem, mas não vou desistir assim tão facilmente. Terão de me engolir.
Vou dificultar ainda mais a vida deles atentando para os dispositivos de segurança. Começarei de novo e quantas outras vezes forem necessárias.
Que vocês sejam presos e trabalhem algum dia para aprenderem que a vida não é só chegar em quem suou, para roubar sem suar.
Por fim, espero que a graça divina alcance você porque para mim está difícil de demonstrá-la em situações como essa. 






NOTA
O desenho é de Kerry Millard para A ILHA DE NIM, de Wendy Orr - obra de 2008 publicada pela Brinque-Book.





[1] Excerto da intrigante poesia musicada de Ana Carolina. Ficou ótima a gravação no DVD  Ana & Jorge, de 2005, Sony/BMG.
[2] Zuenir Ventura, no livro Mal Secreto, editora Objetiva, faz uma bela diferenciação entre ciúmes, cobiça e inveja: “ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é não querer que o outro tenha.” (pág. 11).





 
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