30 novembro 2009

[últimos dias de dedicação total]

30 novembro 2009 0

Levi Nauter



Sua presença me faz rir

Nos dias feitos pra chover

Não há revolta pra sentir

Nem há milagre pra não crer

Chico César





Estou aproveitando o máximo que posso dos últimos dias em que tenho o privilégio de estar em tempo integral com a minha filhota. Tudo o que é bom dura pouco – dizia minha mãe. Tendo a concordar com ela no contexto em que estou tratando.

Foram três meses de convívio intenso. Aprendi coisas que jamais esquecerei, tampouco imaginava ser capaz de realizar. Nada, absolutamente nada, substitui a alegria divina de se ter um filho. Acompanhei o nascimento dela: o seu primeiro chorinho, a primeira injeção, além de alguns exames cruciais para a vida de uma criança e que – ao mesmo tempo – doem de serem feitos.

A Lu ficou seis meses com ela; eu, mais três. Demos o máximo de carinho possível. Paparicamos por todos os lados. E somos eternamente agradecidos a Deus pela perfeição da nossa anjinha. Ela é um amor. Está sempre sorrindo. Tal como o pai, adora música (espero que, no futuro, adore também a leitura). Durante esse tempo, ela conheceu alguns amigos bem chegados com os quais convivemos bastante. Todos queriam agarrá-la, beijá-la. Para nós – pais – isso sempre foi o ápice.

Sempre nos deu e sempre nos dará uma alegria indizível olhá-la em momentos distintos, a fim de verificar se tudo está bem, e notá-la respirando, espreguiçando-se, dando lindos gemidos de preguiça. Não lembro de não ter chorado de emoção ao ver essa cena.

No entanto, a vida diária e cotidiana nos chama. Temos de trabalhar, manter nossos sustentos e, na medida do possível, projetar coisas para a nossa princesa. Certamente, também, estaremos sempre em alerta, absolutamente prontos para quaisquer eventualidades que a paternidade nos imponha.

Mesmo que ela não entenda (só tem oito meses) digo que será um aperto deixá-la para ir ao trabalho, mas que será um prazer enorme voltar pra casa correndo, saudoso daquele sorriso que nos amolece, nos emociona, nos faz ser gratos a Deus, nos faz cada vez mais esperançosos de que a vida pode ser cada dia melhor.

Eu te amo, filha linda!!!

Nossa Maria Flor.





22 novembro 2009

a Flor pelo olhar de uma aluna

22 novembro 2009 0

Dando aulas, temos surpresas interessantes. Acima, uma foto da Maria Flor pelo olhar de uma aluna da segunda série cuja professora é a Lu.



10 novembro 2009

Em turno integral

10 novembro 2009 0

Levi Nauter





Passei por aqui a fim de dar algumas notícias. Estou ausente faz um tempo e isso tem lá suas razões.


Eu continuo escrevendo. Bem menos, é verdade. Sobretudo, o faço no meu caderno (gosto de rascunhar com caneta – num caderno – antes de ir ao computador). Mas os momentos e os horários mudaram significativamente. Agora é quando dá.


Pois bem, vamos ao que interessa.


Estou dedicado ao meu maior projeto de vida, à razão da minha vida, à paternidade. Desde setembro cuido em tempo integral da minha linda Maria Flor; e assim continuarei até o final de novembro. Dedico-me de corpo e alma na curtição de todas as funções que um ser miúdo demanda. Colo, passeios, remédio, fralda, suco, fruta, papinha, brinquedos e brincadeirinhas; almoço. Tudo comigo. Agora ela está enrolando e ensaiando as primeiras palavras. Já se observa os dois primeiros dentinhos. Além disso, o cuidado está sendo redobrado porque ela não para mais na mesma posição em que é deixada. Também notamos que ela adora música, espero que tenha um gosto aproximado do pai e da mãe. Veremos.


No pouco tempo que me sobra leio, ouço mmmmuuuuiiiittttaaaa música (um vício desde sempre), rabisco textos, preparo aulas, assisto a filmes e cuido de algumas tarefas domésticas.
Com a chegada da Maria Flor – esperada há catorze anos – não poupamos esforços para “lamber a cria”. Estamos sempre perto. Ela é o centro. O resto pode esperar. Daqui a pouco ela irá para uma escolinha e nós tentaremos retomar a nossa ‘rotina’ normal; por isso, não nos parece cansativa essa total dedicação. É-nos um privilégio.


Viva a Flor da nossa vida.


26 agosto 2009

qualquer livro

26 agosto 2009 1


“Se o livro que estamos lendo não nos despertar, como se um martelo golpeasse o nosso crânio, então por que razão nós devemos lê-lo?... Um livro deve ser como uma machadinha para romper a espessa camada de gelo em nosso interior.”


Franz Kafka





Apud Eugene Peterson, em Corra com os cavalos..., editora Ultimato.


21 agosto 2009

POLÍTICA E POLITICAGEM

21 agosto 2009 0

Há lobos gordos, de pele lustrosa, fantasiados de ovelhas: eles andam pelos corredores dos palácios e gozam de imunidades parlamentares.


...acho que não existe povo no Brasil. Somos um bando de bois e vacas infestados por bernes gordos que não saem de nossas costas.



Rubem Alves - educador e teólogo






em Cenas da vida [19.ed. Campinas/SP: Papirus, 1997], páginas 62 e 63.




15 agosto 2009

nada tanto assim

15 agosto 2009 4

Levi Nauter

Eu sei das minhas casmurrices. Sei que deveria, com meus trinta e cinco anos, ter superado certos medos. Estou ciente de uma maturidade que insiste em contradizer-me de quando em quando.

Seria bom se a gente conseguisse bem viver o tempo todo. Enriquecedora seria a vida se a olhássemos mais pedagogicamente. Eu gostaria de saber dosar razão e emoção.

Ah, quem dera eu fosse sempre acertivo. E se eu fosse o melhor entre os melhores? Se eu fosse um Salomão? Se eu tivesse fortuna financeira e, na mesma medida, fortuna intelectual?

Mas não, eu sou uma incógnita.

Eu deveria ser mais informado sobre os assuntos da vida. Poderia saber plantar e regar flores. Seria bom se eu fosse um exímio pedreiro, carpinteiro, pintor, mecânico, eletricista, programador, contador, cantor, poeta. Faria bem ao meu bolso e a minha imagem se eu fosse uma reconhecida celebridade. E se eu pousasse nu? E de boa pinta num reality show?

Também podia ter Orkut, Facebook ou Sonico e neles fazer biquinho e trejeito de ‘descolado’. E o Twitter? E o torpedo? E o MSN? Quem dera eu tivesse a palavra certa na hora certa de dizê-la. E se eu soubesse tudo da crise econômica? E se eu fosse um bom político? E se a minha palavra tivesse peso?

Talvez um dia eu chegue lá.

Há um misto de sonhos, esperanças e desesperanças em mim.

Interesso-me por cotidianidades, variedades, celebridades, política, cultura, sexualidade, família, casamentos, relacionamentos, filhos, filhotes, boicotes. Eu gostaria de saber de tudo sobre tudo. Sobretudo, a respeito da felicidade.

Mas eu sou o que apregoou Belchior: “um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso”. Também me coaduno com o conterrâneo Nei Lisboa: “um latino quase inteligente”.

Acaba, então, que me interesso por tudo, absolutamente tudo. E não se nada. Aí essa semana fui ajudar na limpeza da minha casa (coisa que faço regularmente, ressalte-se) e ouvi um CD dos anos 80 – tempo em que sonhava ter a idade que tenho. Kid Abelha me fez ouvir mais de uma vez a música que resumiu meu estado:

“eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim”

Estou na idade (ou no tempo) em que o filtro age mais. Elegi prioridades e optei pela minha família. Minha mulher, minha filha (das quais não sou dono), meus livros, meus CDs musicais e meus poucos amigos são os antídotos contra o veneno de estar vivo. O resto é para o tempo que sobra, se e quando sobra.

Veja o que ocorre enquanto se espera por uma consulta médica.

13 julho 2009

Enquanto a prova não vem

13 julho 2009 1
Levi Nauter




Neste momento estou na sala de aula de uma escola estadual a fim de participar da seleção pública de servidores (concurso público). O cargo é bom, o salário idem, a prova está no número de candidatos por vaga: aproximadamente seis mil. As ruas no entorno da escola estão abarrotadas de automóveis e ônibus. Como pode um concurso para tão poucas vagas ter tantos inscritos? Arrisco dizer que é o salário. Afinal, quem não quer ter uma boa garantia financeira, além da empregatícia?

As salas de aula em geral se parecem. São feias, sem atrativos estéticos e as classes são enfileiradas. As paredes são cheias de rabiscos: nomes de colegas de aula, de namoradinhos e namoradinhas. Corretivos líquidos tornaram-se canetas.

Fiquei divagando enquanto não chegava o momento de fazer a prova. Sei de uma penca de professores que, como eu, estão na educação por um período de tempo (e esperam que ele não se torne uma eternidade). Muitos deles farão a mesma prova que eu. Sonhamos com dias melhores. Almejamos não ser caçoados nem enxotados por alunos sem escrúpulos. Buscamos ter a tranquilidade de podermos trabalhar não mais que 40 horas semanais e viver bem com os vencimentos. Sonhamos com o dia em que seremos respeitados e considerados pela sociedade.

O prestígio de um educador há muito não passa de ficção. A dedicação exclusiva – oportunidade em que o docente poderia se aperfeiçoar intelectualmente – está restrita, por enquanto, à Universidade, sobretudo a pública. Mesmo os pseudofelizardos das escolas particulares não têm a autonomia que imaginam, senão perseguir a economia de mercado. Esta dita as regras.
Deve ser uma felicidade saber que quem passar essa etapa do concurso vai trabalhar num lugar decente, numa sala confortável. A gente passa na frente de qualquer prédio ligado à Justiça ou à Fazenda e nota ar condicionado, por exemplo – artigo raro nas escolas públicas. Estacionamento gratuito para os servidores, outra raridade na educação. Ou seja, vê-se o investimento in loco, enquanto que na educação vê-se o investimento “in poco” (ínfimo). A educação brasileira está na UTI.

Tenho uma amiga, professora e assessora parlamentar, que afirma: a educação é um barco que afundou. Ela é uma excelente profissional da educação. Possui sólida formação acadêmica e faz a diferença na comunidade onde mora. Porém, está voltando às atividades no parlamento gaúcho. E não porque odeia a educação. Ela ama. Ocorre que a educação não a ama e, portanto, a remunera muito mal. Nela já não há a necessária serenidade para (e da) busca intelectual, para a pesquisa científica – elementos fundamentais na formação tanto do professor quanto dos alunos, visando não serem mais alguns indivíduos em meio a tantos outros. Não se faz ser pensante sem investimento.

É bater na mesma tecla dizer que não tenho mais encantos com a educação. Amo dialogar com pessoas de todas as idades acerca de produção textual, de gramática e semântica. Todavia, as pliticagens governamentais e partidárias (vem delas a ideologia de valorização profissional) me assaltaram, furtaram de mim o encanto. Já me basta ser um burocrata bem remunerado. Basta-me ter bom salário e tempo curtir minha mulher e minha filha.

Enquanto esse dia não vem, infelizmente elas terão de me dividir com correções de provas, trabalhos e produções escolares. Também, em vez de poesia e ficção, vão enxergar livros pedagógicos – às vezes com blá-blá-blá de quem nunca entrou numa sala de aula.

Ainda bem que podemos sonhar.

Sonho com dias melhores.

Vamos à prova.

21 junho 2009

amor

21 junho 2009 0

Levi Nauter


12 de junho

Levi Nauter



No feriadão de 12 de junho eu e a Lu decidimos comemorar de um jeito simples, mas, para nós especial. Assistimos a um filme e lemos um mesmo livro. Com o frio pegando, o fogão à lenha fez companhia e alimentou-nos com um cremoso caldo de ervilha (com bacon e calabresa); um tinto suave fez as vezes da água.

Eu recebera de um amigo o livro (e não obra) do John Grogan no início de 2008. Fiz um esforço sobremaneira inútil tentando chegar ao final das páginas. Desisti. Há livros que não são pra gente. Se em dou ou três capítulos não formos encantados pode não ser má ideia desistir. Porém, com o filme foi um pouco diferente. Nele resumiram vários capítulos chatos, tornaram imagem aquilo que – a meu ver – o autor não conseguiu fazer boa tradução para o mundo da escrita. Além do mais, o filme tornou o autor e sua esposa pessoas lindas, dentro dos padrões sonhados pela norte-americanidade (porque obseidade lá é fato, em que pese a ‘maquigem’ do cinema). Apesar de entender a intenção tanto do filme quanto do livro, discordei do enfoque. O centro de tudo era um cachorro. Os filhos vieram, pelo menos um nem vingou, mas o centro continuou sendo um cachorro. Meu instinto paterno diz que isso não me serve. Minha filha é infinitamente mais importante prova está eu não ter animais de estimação. No entanto, a fotografia do filme foi linda, especialmente as paisagens irlandesas (vale a pena ver a Irlanda no filme “P.S. Eu te amo”). O filme valeu pela companhia da minha namorada e da minha novíssima paixão, respectivamente, Lu e Maria Flor. Foi assim que assisti a Marley & Eu[i]. Um filme morno, mas melhor que o livro.

No outro dia, foi a vez de lermos um livro engraçado. Livro escrito de mulher para mulher. Sem redundâncias, um livro para se ler numa sentada. Cals e Catunda foram felizes na escrita que beira o popularesco. O livro é divertido e nós o adoramos. Sugerimos que todos leiam-no, sobretudo os que gostam de frases politicamente corretas.

Trata-se de Eu sento, rebolo e ainda bato um bolo..., de Andrea Cals e Marcela Catunda, publicado pela editora Matrix. O subtítulo deixa clara a intenção do livro: o guia para a mulher que não precisa de guias. Lemos a 2ª. Ed.




[i] Marley & eu, 2008, distribuído por 20th Century Fox Film Corporation. Dirigido por David Frankel e estrelado por Owen Wilson e Jennifer Aniston.

26 abril 2009

24-04-09 - Feliz Aniversário

26 abril 2009 1

Levi Nauter










Filha maravilhosa, presente de Deus para as nossas vidas!!!

Feliz Mensário!

Que mistério maravilhoso: estás conosco há um mês e não nos imaginamos sem você. Teu cheiro, tua pele, tua cor, tua voz, tudo em ti é motivo de nossa alegria e felicidade.

Te amamos,
Levi & Luciane,

os pais mais bobos do mundo.



10 abril 2009

DIÁLOGOS SOBRE A EDUCAÇÃO - formação continuada

10 abril 2009 0
Levi Nauter


O céu. Está desde o início do começo do princípio. O céu continua. Em cima do céu há mais céu. E depois do céu do céu há mais céu. E depois de depois do céu do céu nenhum planeta, nenhum cometa, nenhum meteorito. Só céu e céu e céu sem fim nem infinito. Arnaldo Antunes


Em maio/2008, fui convidado para mediar um debate com todos os professores que trabalham com linguagem numa rede municipal de ensino. Ao longo de um dia tive de ouvir relatos de experiências consideradas exitosas e, após, fazer um comentário. Sobretudo, tinha de provocar o debate, essa fora a razão do convite.
Os três dias que antecederam o evento foram de tremenda dúvida para mim. Um convite pressupõe que o convidado tenha algo a dizer, algum conteúdo a compartilhar. O que falar? O que dizer das experiências a serem ouvidas? Ler? Ouvir uma música? Um trecho de filme? Venceu a leitura de alguns trechos de livros, talvez pela praticidade no leva-e-traz, talvez pela boa desculpa “trouxe isso porque achei que o tempo seria curto”.
Chegou o dia. O auditório estava lotado: professores de literatura, português, espanhol e inglês. Encontrei alguns profissionais que conhecia, dei boas risadas, tomei água. Sentei-me e, atentamente, acompanhei todos os relatos.
Os relatos são idiossincráticos, ainda assim têm seus discursos internos. Orlandi[1] aponta-nos que “discurso não é um conjunto de texto, é uma prática” e sugere-nos que “não se analisam seus produtos, mas os processos de sua produção”. Pois a maioria dos relatos me pareceu romanticamente polidos. Equivale dizer que, de antemão, sabemos da impossibilidade de as coisas saírem efetivamente da forma como as relatamos. Ou seja, podemos voltar ao epíteto para dizer que por trás de um relato “...há mais céu. E depois do céu do céu há mais céu.” Uma das escolas relatoras chegou cansar a platéia de tantos rodeios que fez. Não ia direto ao ponto, na razão de ter sido convidada: relatar a experiência exitosa. Para nosso alívio, uma escola alcançou o objetivo proposto (ô palavrinha que professores adoram escrever em alguns documentos).
Aplausos para as escolas. Chamaram-me.

Fiquei intrigado com a idéia de relatos exitosos. A gente já sabe que deu certo, o interesse, então, fica comprometido. Não seria mais proveitoso discutir casos cujo percurso deu errado a fim de, noutra oportunidade, aperfeiçoar a experiência e enriquecer-se tanto quanto do que foi positivo? Um educador que se diz freireano deveria pensar nessa hipótese. O mestre Paulo[2] não poupou nem a si ao relatar experiências negativas.
Feitos os relatos, chegara a hora das ‘provocações’. Por que os professores não falam? Por que um profissional tem de dar o pontapé inicial? E por que exigimos que os alunos falem quando nem nós queremos falar?



Às vezes, lembrar é resistir e, às vezes, esquecer é que é resistir. Eni Orlandi


Tive de fazer jus ao convite. Comecei lendo um trecho do teólogo, educador e psicanalista Rubem Alves. Um texto de essência provocativa. Nele, Rubem critica a falta de autonomia no pensamento; a falta de ousadia, tão necessária em nossos dias:

Percebi que estou fora de moda. Não ando na companhia daqueles com quem os educadores andam. Não lemos os mesmos livros. Com a idade, passei a ler pouco. Se me criticarem por esse pecado acadêmico, direi que devem criticar também Bernardo Soares e Nietzsche. P. 106

...Universidade...é o lugar onde se encontra a maior concentração de cegos que eu conheço. Perdão, a minha mania de exagerar! Não é que sejam cegos. É que os olhos deles só vêem o que está escrito nos livros. Se a gente pedir para os moradores da universidade fazerem um trabalho sobre coisa complicada, sobre a qual existe uma bibliografia, tudo bem; eles fazem. Mas se a gente pedir para que façam um trabalho sobre aquilo que estão vendo, eles ficam paralisados. P. 106

As tartarugas caminham solidamente sobre o chão. A vantagem é que não correm o risco de quedas. Tartarugas não quebram pernas. A desvantagem é que são míopes, vêem quase nada do mundo. Já as águias, correndo o risco das alturas, acham que o risco da queda vale a pena, pois lá de cima, sem pés no chão, se vê muito mais longe e muito mais bonito. P. 107

O debate passou a ser inevitável. Falou-se a respeito de autonomia, da liberdade na hora de escolher os conteúdos de uma determinada disciplina; sobre como criar alunos águias e não tartarugas. Interessante notar como muitos professores querem ignorar completamente a gramática. Parece que intentam o que o poeta maldito, Paulo Leminsky[1], conseguiu tão-somente na poesia:

Meu professor de análise sintática era o tipo de sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma de primeira conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia matei-o com um objeto direto na cabeça.

Leminski, que tinha uma forte ligação com a sala de aula, brinca com aquilo que o horror de muita gente e que, no entanto, pode excluir um professor de um processo seletivo público. Equivale dizer, em outras palavras, que quando não ensinamos a gramática estamos privando o aluno de vislumbrar outras oportunidades profissionais. E o debate seguia.
Mais para o final do encontro, refletimos sobre ‘que outros fatores fazem o aluno não gostar da escola?’. Houve um silêncio inicial. Recorri, providencialmente, ao ótimo Graciliano Ramos. Em Infância, ele conta de um medo inicial:

A notícia veio de supetão: iam meter-me na escola. Já me haviam falado nisso, em horas de zanga, mas nunca me convencera de que realizassem a ameaça. A escola, segundo informações dignas de crédito, era um lugar para onde se enviavam as crianças rebeldes.

A idéia do medo da escola não rendeu tanto debate. Partimos para a análise do asseio dos ditos educadores. Será que todos se vestem adequadamente? Algumas vezes não há exagero na indumentária? Graciliano também falou disso, ao descrever uma professora:

...exigiam de mim trabalho inútil. Mas obedeci. Obedeci realmente com satisfação. Aquela brandura, a voz mansa, a consertar-me as barbaridades, a mão curta, a virar a folha, apontar a linha o vestido claro e limpo, tudo me seduzia. Além disso a extraordinária criatura tinha um cheiro agradável.

O debate prosseguiu.
Faltou tempo para continuarmos. E chegamos num momento crucial para o evento: hora de avaliar os trabalhos. Sempre que fiz esse tipo de exercício (sempre faço um pedido de texto no qual se avalie as aulas) impressionou-me algumas discrepâncias. Tive essa impressão na formação. Alguns educadores reclamaram a falta de cafezinho, de bolachinha (eles adoram diminutivos). Outro educador reclamou de eu não ter nem mestrado nem doutorado – como se isso fosse, por si só, baliza para a qualidade. Ninguém comentou diretamente o que se disse ou se trabalhou no tempo em que estivemos em formação. Ninguém disse que os textos estavam ruins; tampouco propuseram um texto diferente ou um autor não abordado. Para ser franco, as avaliações não eram avaliações. Os escritos – que deveriam ser avaliativos – eram superficialidades. Um indício da falta de leitura de mundo e da palavra.
Nós, educadores, temos um longo caminho até o momento de conseguirmos dialogar com nossos pares. Menos mal que demos o pontapé inicial.

[1] Poeta dos mais importantes do país, foi um homem do contra. Tinha sérios problemas com o álcool. Mas sua obra é esplendida. No CD Tambong, o cantor e escritor Vitor Ramil musicou um poema do Leminski. Ficou uma obra.

NOTAS


[1] ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. 6.ed. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2001, p. 55.

[2] “...num dia de domingo, uma vez por mês, eu falava aos pais e às mães, pescadores e pescadoras, no que a gente chamava de "Círculo de Pais e Professores", eu falava, e todos em silêncio. De repente, me assustei com um corpo que tombou no chão. Um cara, dormindo, caiu. Estava muito calor, e era uma fala que em certo momento deve ter adquirido ritmo que terminou embalando-o de tal maneira que o homem dormiu, fazendo um barulho dos diabos e "despertando" a nós todos. E a queda daquele homem me provocou uma série de reflexões, inclusive a de que a gente nunca sabe se está ou não tocando as pessoas que nos ouvem. E, possivelmente, até então eu poderia estar pensando que aquele silêncio era uma aceitação à minha fala. Na verdade, em vez de estar produzindo uma fala instigadora, eu estava fazendo uma cantiga de ninar.” In FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. Ana Maria Araújo Freire (org). São Paulo: Editora UNESP, 2001, p. 163.
Na mesma obra, a partir da página 224, Freire fala a respeito de formação continuada – citando exemplo de experiências nem tão exitosas assim.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Graciliano Ramos, Infância, publicado pela Record.
Rubem Alves, Cenas da vida, publicado pela Papirus.

03 abril 2009

DIÁLOGOS SOBRE A EDUCAÇÃO: o caos 1

03 abril 2009 6
Levi Nauter


Eu estou há meses pensando em falar sobre a educação. Falar do caos que nela está instalado faz tempo. Dizer do meu desânimo em ter que me dirigir a uma instituição de ensino para lecionar – em que pesem as aulas serem bem divertidas e meu relacionamento com o alunado ser considerado tranquilo.

Para minha sorte, não vou carecer de muito esforço. O noticiário está aí para falar em meu lugar. Depois eu retomo com algumas ampliações necessárias. Vou deixar a poeira baixar. Enquanto isso, sigo estudando para um concurso cuja renda me permita viver com plenitude – coisa que a educação não faz.

Não me parece normal um ser humano ter de trabalhar 60 horas semanais a fim de ampliar sua renda, enquanto não pode aproveitar outros prazeres da vida. Não me atrai nenhum pouco passar meus finais de semana corrigindo provas, lendo produções textuais e elaborando aulas para a semana seguinte, enquanto minha filha anseia por um passeio na pracinha ou um piquenique no quintal.

Conheço um 'sem número' de companheiros que estão debandando para outros campos profissionais. Eu sou um dos que almejam isso o mais rápido possível.

Quero viver. Quero trabalhar durante o dia, ir pra casa e curtir minha mulher e minha filha. Quero ler somente pelo prazer de ler. Quero ouvir música como se comesse um alimento delicioso.

Para a sorte dos que ficarem, existem os românticos; os esperançosos. Aqueles que ainda têm o que já não me pertence mais: saco para aturar desaforos sob roupagens pedagógicas.

25 março 2009

Minha jóia!!!

25 março 2009 5



Levi Nauter






Já está conosco a nossa jóia mais preciosa. Nosso maior presente. Ela.....








20 março 2009

sobre leituras

20 março 2009 0


"é o leitor que lê o sentido; é o leitor que confere a um objeto, lugar ou acontecimento uma certa legibilidade possível, ou que a reconhece neles; é o leitor que deve atribuir significado a um sistema de signos e depois decifrá-lo. Todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender, ou para começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, quase como respirar, é nossa função essencial."



Alberto Manguel



O autor desse pensamento é autor de alguns bons livros. O trecho acima está nas páginas 19 e 20 de Uma história da leitura, da Cia. das Letras. Manguel foi um dos leitores que Jorge L. Borges teve quando da perda da visão. Vale a pena ler.

19 fevereiro 2009

fala mestre

19 fevereiro 2009 4


"Ser tolerante não significa negar o conflito ou dele fugir. O tolerante, pelo contrário, é tanto mais autêntico quanto melhor defenda suas posições, se convencido de seu acerto, com denodo. O tolerante, por isso mesmo, não é uma figura pálida, amorfa, pedindo desculpas toda vez que arrisca uma discordância."

Paulo Freire in 'Cartas a Cristina...', 2.ed., UNESP, 2003.

29 janeiro 2009

na função

29 janeiro 2009 1
Levi Nauter




Nunca trabalhei tanto estando em férias

Nunca trabalhei tanto estando em férias. Cimento, concreto, terra, brita, cortina, abajour, flores artesanais, resina acrílica, piso, toseto, massa corrida, tintas, muitas tintas. Pá, terra, serra, água sabão. Cansaço, muito cansaço. Exaustão.

Estou na correria, com a Lu, a fim de preparar tudo antes de abril quando, então, finalmente, teremos nosso presente divino: a Maria Flor. Ando acordando às 7h e dormindo lá pelas 24h. Mas tudo me tem dado um enorme prazer. Os dias parecem correr fora do normal.tem sido difícil continuar a leitura de Terapia, do David Lodge, empréstimo da querida amiga Camila H. e bem recomendado pelo leitor e fraterno amigo Guto A.. Também está brabo de pegar minha única aquisição da Feira do Livro de POA: A cabana, o badalado romance cristão, lançado em 2008 pela Sextante. Mas, ainda bem, posso deixar de fundo musical a linda Teresa Cristina – presente de uma colega de trabalho docente. Ouvi-la cantando “pra que discutir com madame”, “coração leviano” e “o meu guri” é uma obra. Salve Teresa e o samba!

Tenho sentido saudade do mundo virtual. Fico querendo ler blogs, ver e-mails, mandar e receber mensagens. Por outro lado, é bom relembrar que preciso dominar o “sistema” e não ser dominado por ele. Assim, tenho me disciplinado e tenho dia para ler eletronicamente, para mandar, receber e responder às mensagens que chegam.

Tenho olhado muito para a Lu. É provável que não a veja grávida outra vez. A emoção toma conta de nós quando a Flor parece notar que está sendo olhada. É lindo sentir seu pezinho ou mãozinha mexendo-se enquanto converso com ela. É por isto que trabalhar bastante agora tem sido um prazer: poderei dedicar-me a ela inteiramente depois.

Enquanto isso, quem acostumou com minhas respostas rápidas terá de exercitar a paciência. Tão logo possa, responderei.


[fórum social mundial – outra vez. “...e o tal de mundo não se acabou”]

Levi Nauter




Mais um FSM em nosso país. Provavelmente somos os campeões em edições desse evento. Sim, para mim ele é um evento. E só. Participei das edições ocorridas aqui, no Rio Grande do Sul. Sei do que estou falando, assim como de uma penca de conhecidos ditos de esquerda que ficarão incomodados com meus termos. Eu diria, com todo o respeito que eles merecem (e merecem!), que fazem parte de uma esquerda acrítica, não muito chegada ao diálogo e mais simpatizante do monólogo. Essa esquerda é representada por gente que quer se perpetuar no poder (direta ou indiretamente). Gente que escolheu a política partidária como “carreira” e não como um ideal cujo centro é o povo. Para esses, há muito o povo não interessa senão no financiamento de suas regalias.
Nas edições de Porto Alegre, vi boas discussões, boas intenções, grandes caminhadas, li bastantes faixas de protesto. Mas pouco, quase nada mudou – efetivamente. Os medalhões vieram, palestraram, botaram ‘pilha’ nos que podiam (por ‘n’ razões) estar lá para ouví-los (pois, sejamos sinceros conosco, a grande massa estava suando a camisa em seus postos de trabalho1) e foram embora. Voltaram para suas Universidades, para seus gabinetes, donde escrevem livros de maneira confortável. As temáticas não mudaram. Continua-se dizendo que “os países ricos deveriam subsidiar a dívida dos pobres; que estes precisam ser mais ouvidos por aqueles” e blá-blá-blá. Defensores da natureza vêm com teorias idealizadas sobre a defesa do meio ambiente, enquanto órgãos do governo não fiscalizam como deveriam e outros desmatam tanto quanto as empresas privadas. Resumindo, há muito discurso, muita idealização, mas pouca, muito pouca, ação.
Acho que os governos de esquerda precisam esquecer os de lá e fazer o que precisa para que seus países comecem a andar. Não gastarei mais a sola de minhas sandálias (porque o chique nesses eventos é andar de sandálias ou chinelo) nesses eventos inócuos. Quero curtir minha filha, minha mulher, meus discos, meus livros, meus poucos amigos. Quero continuar acordando cedo e vivendo. Quero ganhar meu dinheirinho suado, mas honesto. Não quero depender de vãs promessas politiqueiras. Ando cansado de ver as mesmas caras, os mesmos trejeitos, as mesmas indumentárias. Quando se fala de política partidária, por exemplo, vê-se uma velharia – gente desde antes da ditadura está lá no poder. E não largam o “osso”.
Temos de nos ligar mais às pessoas. Há mais vida fora do mundo político-interesseiro. Há mais prazer no mundo fora dos holofotes, fora do poder pelo simples poder. Façamos bem a nossa parte. Reclamemos a quem de direito quando for o caso. Porém, os aglomerados não resolvem o problema. Eles são como sino: fazem um eco temporário. Sem contar que no meio deles é mais fácil notar uma turma do gargarejo: riem, batem palma, assoviam, pulam, repetem palavras de ordem. Nem sabem dos porquês. Querem contatos. Contatos imediatos.
Uma outra vida também é possível.

04 janeiro 2009

[retrospectiva 2008, em dois fatos] - levi nauter

04 janeiro 2009 1
Levi Nauter
“Todos nós estamos na lama. Mas alguns sabem ver as estrelas.”
Oscar Wilde


Minha vida bem poderia ser resumida em dois fatos neste 2008. Logicamente eles não se dão a sós. Isso é o que justifica, por exemplo, o aumento da minha carga-horária de trabalho semanal. Tudo o que se passou a fim de culminar nos dois fatos foi entremeado de outras ocorrências.

O primeiro fato importante foi a aquisição da casa própria. Durante treze anos sonhamos, planejamos e poupamos para isso. No inicio parecia-nos impossível, razão por que considerávamos a hipótese de um apartamento. Eu e a Lu estudávamos. Pagar os estudos era um ‘rombo’ nas economias. Continuamos; formamo-nos. À área da educação devemos nossas aquisições. De repente, descobrimo-nos numa cidade próxima a Canoas; calma e pequena. O preço era viável. Adquirido o terreno, mais alguns anos de trabalho e a casa sairia.
O sonho tornou-se realidade. Sonhar é sempre bom. A gente raramente sonha algo ruim. No sonho tudo se concretiza. Nele ocorre, penso, a romantização do que queremos. A questão é que temos de acordar para torná-lo real.
Nunca tive tanta dor de cabeça como durante a construção da casa. Todas as pessoas com as quais negociávamos queriam uma ‘mixaria’ do nosso suado dinheirinho (no diminutivo porque era pouco mesmo). Gastamos muita sola do sapato, muita gasolina, ouvimos todos os tipos de conselhos possíveis. Poucos nos incentivaram; a maioria nos achava loucos por fazermos algo além das nossas posses (e era verdade). Retínhamos o que nos parecia bom. Líamos revistas, jornais e seguíamos a cata do sonho acalentado. É difícil viver num mundo cuja renda financeira é tão díspar. É necessário estar atento a tudo. Como já disse, todos querem ganhar. Nós? Nada ganhamos a não ser a saúde para trabalhar – graças a Deus. O lado bom é que sabemos do valor do sonho e do suor para concretizá-lo. Sabemos também o quanto é mais fácil desencorajar que incentivar.
A construção durou um ano. Gastamos o que tínhamos e o que não tínhamos. Descobrimos ser verdadeiro a maioria do que dizem a respeito dos construtores de casas de alvenaria. Lidar com eles é um exercício de paciência. Sobretudo, é preciso seguir – à risca – o conselho de Jesus Cristo com eles: “...prudente como a serpente”. Nosso conselho, a partir de agora, será encontrar estranhos a confiar em ‘conhecidos’. Optem por quem fala pouco e age mais. Não queira alguém religioso, sem conhecer sua prática. Desconfie dos que contam só vantagem, dos que são fissurados em histórias extraordinárias. Estes trabalham pouco. Raras vezes terminam o que começaram. Faça contrato e preveja uma ruptura na qual você não seja o perdedor.
Outra descoberta da construção é que alguns profissionais (muitos mesmo) dão preço pela aparência da casa e não pelo serviço a ser feito. Sei de uma pessoa que corta grama e o preço tem a ver com o tamanho da residência e sua localização e não com a quantidade do serviço a ser prestado. Isso é lamentável, mas existe. As aparências ainda falam alto. Um dos pedreiros que por aqui passaram, enquanto instalava uma torneira, deixou escapar: “torneira de rico”. Confunde-se gosto estético com ter dinheiro – uma relação que nem sempre é diretamente proporcional.
Apesar das muitas dificuldades, estamos muito felizes com esse feito. Ela demonstra 90% do nosso sonho (nunca é 100%). Olhá-la interna e externamente tem para nós um sabor todo especial. Ela tem a nossa ideologia, nosso suor, nossas lágrimas, nossos medos e ousadias.

“Crianças gostam de fazer perguntas sobre tudo. Nem todas as respostas cabem num adulto.”
Arnaldo Antunes

O segundo fato transcende a tudo que podemos imaginar. Também foi sonhado, também foi querido. Nossos olhos sempre brilharam com a possibilidade da concretização. Sempre nos pareceu que a vida não seria completa sem essa realização; que não completaríamos perfeitamente a parábola do Filho Pródigo, ou seja, que haveria um momento de ser o filho mais novo, o filho mais velho e – por fim – o momento de ser pai. Agora é a nossa vez de sermos pais.
Nosso melhor presente de 2008 chamar-se-á Maria Flor. Certamente será o melhor presente de aniversário que poderei ganhar, em comemoração aos meus trinta e cinco anos. A sensação é a de que nada mais importa a não ser minha Flor. Trabalhar manhã, tarde e noite ganhou nova motivação, ganhou um cheiro. Cheiro de Flor. Nossas conversas são a três. Nossos sonhos são a três. Não sei na numerologia, mas, para nós, três está perfeito.
Chegou a hora de demonstrarmos nosso cuidado para com um ser. O momento de praticar o que lemos, o que ouvimos e vimos e que, obviamente, nos pareceu bom. Tempo também de descartarmos aquilo que consideramos erros na nossa criação. Nossa vez de sermos imitados. Sem ilusões, no entanto, sabemos que cometeremos erros (que graça terá uma vida certinha?). Finalmente veio a hora de demonstrar nosso lado divino (pai, advogado, medico...).
Em 2008 entramos na essência da vida. Saímos da parentela, fomos para o nosso mundo; geramos outra vida. Estamos sendo e fazendo.
Que em 2009 tenhamos mais fatos!
























NOTA

Soundtrack: “Hallmark Presents The Spirit Of Christmas”, da bela e elegante Amy Grant. O CD é de 2001. A orquestração é linda.

Um texto tem me ajudado a aperfeiçoar minha percepção de pai. Trata-se de Abba, pai, do psicólogo Karl Kepler.
 
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