29 junho 2010
Sugestão de leitura - AS CRIANÇAS APRENDEM
Sugestão de leitura - TEMPUS FUGIT
11 maio 2010
família feliz
02 maio 2010
sem sono
De bombacha remendada
Vai cantando pela estrada
A canção do boi barroso
Que a tradição lhe ensinou
Do cusco amigo e companheiro
Que nunca teve infância
Pois não pode ser criança
Porque a vida não deixou
Êra, êra, êra boi da ponta
Nos já “temo” chegando
E cantando lá se vai
Êra, êra, êra boi do coice
Segue o piazito cantando
Que ainda de madrugada
Sai repontando a alvorada
Lá pro fundo da invernada
Pra onde a noite se ausentou
Menino gaúcho, guapo
Simboliza nos seus traços
A legenda dos farrapos
Que a historia glorificou
03 abril 2010
para quem tem memória curta
02 abril 2010
04 fevereiro 2010
hum!!!
24 janeiro 2010
FALA MESTRE - o que é um amigo
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.
21 janeiro 2010
volto logo
03 janeiro 2010
retrô 2009

Levi Nauter
No dia 1º dia de 2010, decidi fazer uma retrospectiva parcial de 2009, um ano inesquecível até o fim dos meus dias.
Inevitável dizer que foi o ano da minha sonhada paternidade. Tornou-se real o acalentado desejo de quatorze anos de vida conjunta com a Lu, meu braço forte e racional na relação a dois. A Maria Flor veio na melhor hora. Nossa casa encheu-se de mais alegria, desde março. Acompanhamos literalmente de perto cada fase da nossa joia: o abrir dos olhos esverdeados; os primeiros sorrisos; os primeiros dentinhos; as imitações da mãe e do pai; as gargalhadas; as primeiras manhas e ranços. Agora, o sufoco que temos com as lindas engatinhações pela casa toda, e a tara por colocar chinelos na boca. Um maravilhoso sufoco. Ela é, sem dúvida, parte das nossas vidas. Não nos imaginamos sem ela. A mais linda flor em casa.
Afora a Maria, que me enche de graça, suei a camisa no trabalho. Trabalhei desde janeiro ministrando aulas de língua portuguesa, além do normal que há dez anos faço numa escola municipal. Concluí minha docência em dezembro bastante contente com os resultados (dos quais pelo menos um texto deve sair). Os últimos três meses foram desafiadores. Recebi e aceitei o convite de uma formação patrocinada pelo Instituto Unibanco. Belas experiências.
No campo musical, por razões óbvias, CDs infantis tiveram lugar cativo por aqui. Também mergulhei na música brasileira (e não na abrasileirada). Consegui discos que há muito procurava: Pérolas aos poucos, do Wisnik, e Estopim, da Na Ozzetti, são alguns exemplos. A música do Brasil é riquíssima e dela não abro mão para muito do restolho que nos chega enlatado. Em termos de leitura, aproveitei bem. Li bastante: comecei e abandonei alguns livros; com outros, fui até a metade e uns poucos foram terminados. Minha atenção e foco estiveram noutro lugar.
Perspectivas 2010
Sei, de antemão, que trabalharei manhã, tarde e noite – a começar no final de fevereiro. Meu tempo, portanto, será escasso e, em consequêcia, terei de otimizar o que restar. Opcionalmente a Flor e a Lu terão primazia.
No campo da política, para o bem da democracia, espero que mude todos os governantes (oito anos é demais e quatro já está bom). O legislativo precisaria de uma sacudidela, o que infelizmente não irá ocorrer, graças a uma alienação reinante perpetuada pelos próprios legisladores (com raríssimas exceções, claro). Também espero que tanto a esquerda quando a direita (não acredito que ainda exista), cristã ou não, pare de se pintar baluarte da boa política e notem a funesta unissonância discursiva.
E para me ir bem, cercar-me-ei de música, livros e conversas. Ah, e muito carinho de bebê!
Feliz Ano Novo a todos.
NOTA
Ilustração de Kerry Millard para o livro A ilha de Nim, da canadense Wendy Orr. Publicado no Brasil pela Brinque-Book, a obra é uma novela infanto-juvenil. www.brinquebook.com.br
30 novembro 2009
[últimos dias de dedicação total]

Levi Nauter
Sua presença me faz rir
Nos dias feitos pra chover
Não há revolta pra sentir
Nem há milagre pra não crer
Chico César
Estou aproveitando o máximo que posso dos últimos dias em que tenho o privilégio de estar em tempo integral com a minha filhota. Tudo o que é bom dura pouco – dizia minha mãe. Tendo a concordar com ela no contexto em que estou tratando.
Foram três meses de convívio intenso. Aprendi coisas que jamais esquecerei, tampouco imaginava ser capaz de realizar. Nada, absolutamente nada, substitui a alegria divina de se ter um filho. Acompanhei o nascimento dela: o seu primeiro chorinho, a primeira injeção, além de alguns exames cruciais para a vida de uma criança e que – ao mesmo tempo – doem de serem feitos.
A Lu ficou seis meses com ela; eu, mais três. Demos o máximo de carinho possível. Paparicamos por todos os lados. E somos eternamente agradecidos a Deus pela perfeição da nossa anjinha. Ela é um amor. Está sempre sorrindo. Tal como o pai, adora música (espero que, no futuro, adore também a leitura). Durante esse tempo, ela conheceu alguns amigos bem chegados com os quais convivemos bastante. Todos queriam agarrá-la, beijá-la. Para nós – pais – isso sempre foi o ápice.
Sempre nos deu e sempre nos dará uma alegria indizível olhá-la em momentos distintos, a fim de verificar se tudo está bem, e notá-la respirando, espreguiçando-se, dando lindos gemidos de preguiça. Não lembro de não ter chorado de emoção ao ver essa cena.
No entanto, a vida diária e cotidiana nos chama. Temos de trabalhar, manter nossos sustentos e, na medida do possível, projetar coisas para a nossa princesa. Certamente, também, estaremos sempre em alerta, absolutamente prontos para quaisquer eventualidades que a paternidade nos imponha.
Mesmo que ela não entenda (só tem oito meses) digo que será um aperto deixá-la para ir ao trabalho, mas que será um prazer enorme voltar pra casa correndo, saudoso daquele sorriso que nos amolece, nos emociona, nos faz ser gratos a Deus, nos faz cada vez mais esperançosos de que a vida pode ser cada dia melhor.
Eu te amo, filha linda!!!
Nossa Maria Flor.
22 novembro 2009
a Flor pelo olhar de uma aluna

10 novembro 2009
Em turno integral
Passei por aqui a fim de dar algumas notícias. Estou ausente faz um tempo e isso tem lá suas razões.
Eu continuo escrevendo. Bem menos, é verdade. Sobretudo, o faço no meu caderno (gosto de rascunhar com caneta – num caderno – antes de ir ao computador). Mas os momentos e os horários mudaram significativamente. Agora é quando dá.
Pois bem, vamos ao que interessa.
Estou dedicado ao meu maior projeto de vida, à razão da minha vida, à paternidade. Desde setembro cuido em tempo integral da minha linda Maria Flor; e assim continuarei até o final de novembro. Dedico-me de corpo e alma na curtição de todas as funções que um ser miúdo demanda. Colo, passeios, remédio, fralda, suco, fruta, papinha, brinquedos e brincadeirinhas; almoço. Tudo comigo. Agora ela está enrolando e ensaiando as primeiras palavras. Já se observa os dois primeiros dentinhos. Além disso, o cuidado está sendo redobrado porque ela não para mais na mesma posição em que é deixada. Também notamos que ela adora música, espero que tenha um gosto aproximado do pai e da mãe. Veremos.
No pouco tempo que me sobra leio, ouço mmmmuuuuiiiittttaaaa música (um vício desde sempre), rabisco textos, preparo aulas, assisto a filmes e cuido de algumas tarefas domésticas.
Com a chegada da Maria Flor – esperada há catorze anos – não poupamos esforços para “lamber a cria”. Estamos sempre perto. Ela é o centro. O resto pode esperar. Daqui a pouco ela irá para uma escolinha e nós tentaremos retomar a nossa ‘rotina’ normal; por isso, não nos parece cansativa essa total dedicação. É-nos um privilégio.
Viva a Flor da nossa vida.
26 agosto 2009
qualquer livro
“Se o livro que estamos lendo não nos despertar, como se um martelo golpeasse o nosso crânio, então por que razão nós devemos lê-lo?... Um livro deve ser como uma machadinha para romper a espessa camada de gelo em nosso interior.”
Franz Kafka
Apud Eugene Peterson, em Corra com os cavalos..., editora Ultimato.
21 agosto 2009
POLÍTICA E POLITICAGEM
Há lobos gordos, de pele lustrosa, fantasiados de ovelhas: eles andam pelos corredores dos palácios e gozam de imunidades parlamentares.
...acho que não existe povo no Brasil. Somos um bando de bois e vacas infestados por bernes gordos que não saem de nossas costas.
Rubem Alves - educador e teólogo
em Cenas da vida [19.ed. Campinas/SP: Papirus, 1997], páginas 62 e 63.
15 agosto 2009
nada tanto assim
Levi Nauter
Eu sei das minhas casmurrices. Sei que deveria, com meus trinta e cinco anos, ter superado certos medos. Estou ciente de uma maturidade que insiste em contradizer-me de quando em quando.
Seria bom se a gente conseguisse bem viver o tempo todo. Enriquecedora seria a vida se a olhássemos mais pedagogicamente. Eu gostaria de saber dosar razão e emoção.
Ah, quem dera eu fosse sempre acertivo. E se eu fosse o melhor entre os melhores? Se eu fosse um Salomão? Se eu tivesse fortuna financeira e, na mesma medida, fortuna intelectual?
Mas não, eu sou uma incógnita.
Eu deveria ser mais informado sobre os assuntos da vida. Poderia saber plantar e regar flores. Seria bom se eu fosse um exímio pedreiro, carpinteiro, pintor, mecânico, eletricista, programador, contador, cantor, poeta. Faria bem ao meu bolso e a minha imagem se eu fosse uma reconhecida celebridade. E se eu pousasse nu? E de boa pinta num reality show?
Também podia ter Orkut, Facebook ou Sonico e neles fazer biquinho e trejeito de ‘descolado’. E o Twitter? E o torpedo? E o MSN? Quem dera eu tivesse a palavra certa na hora certa de dizê-la. E se eu soubesse tudo da crise econômica? E se eu fosse um bom político? E se a minha palavra tivesse peso?
Talvez um dia eu chegue lá.
Há um misto de sonhos, esperanças e desesperanças em mim.
Interesso-me por cotidianidades, variedades, celebridades, política, cultura, sexualidade, família, casamentos, relacionamentos, filhos, filhotes, boicotes. Eu gostaria de saber de tudo sobre tudo. Sobretudo, a respeito da felicidade.
Mas eu sou o que apregoou Belchior: “um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso”. Também me coaduno com o conterrâneo Nei Lisboa: “um latino quase inteligente”.
Acaba, então, que me interesso por tudo, absolutamente tudo. E não se nada. Aí essa semana fui ajudar na limpeza da minha casa (coisa que faço regularmente, ressalte-se) e ouvi um CD dos anos 80 – tempo em que sonhava ter a idade que tenho. Kid Abelha me fez ouvir mais de uma vez a música que resumiu meu estado:
“eu tenho pressa e tanta coisa me interessa, mas nada tanto assim”
Estou na idade (ou no tempo) em que o filtro age mais. Elegi prioridades e optei pela minha família. Minha mulher, minha filha (das quais não sou dono), meus livros, meus CDs musicais e meus poucos amigos são os antídotos contra o veneno de estar vivo. O resto é para o tempo que sobra, se e quando sobra.
Veja o que ocorre enquanto se espera por uma consulta médica.
13 julho 2009
Enquanto a prova não vem
As salas de aula em geral se parecem. São feias, sem atrativos estéticos e as classes são enfileiradas. As paredes são cheias de rabiscos: nomes de colegas de aula, de namoradinhos e namoradinhas. Corretivos líquidos tornaram-se canetas.
Fiquei divagando enquanto não chegava o momento de fazer a prova. Sei de uma penca de professores que, como eu, estão na educação por um período de tempo (e esperam que ele não se torne uma eternidade). Muitos deles farão a mesma prova que eu. Sonhamos com dias melhores. Almejamos não ser caçoados nem enxotados por alunos sem escrúpulos. Buscamos ter a tranquilidade de podermos trabalhar não mais que 40 horas semanais e viver bem com os vencimentos. Sonhamos com o dia em que seremos respeitados e considerados pela sociedade.
O prestígio de um educador há muito não passa de ficção. A dedicação exclusiva – oportunidade em que o docente poderia se aperfeiçoar intelectualmente – está restrita, por enquanto, à Universidade, sobretudo a pública. Mesmo os pseudofelizardos das escolas particulares não têm a autonomia que imaginam, senão perseguir a economia de mercado. Esta dita as regras.
Deve ser uma felicidade saber que quem passar essa etapa do concurso vai trabalhar num lugar decente, numa sala confortável. A gente passa na frente de qualquer prédio ligado à Justiça ou à Fazenda e nota ar condicionado, por exemplo – artigo raro nas escolas públicas. Estacionamento gratuito para os servidores, outra raridade na educação. Ou seja, vê-se o investimento in loco, enquanto que na educação vê-se o investimento “in poco” (ínfimo). A educação brasileira está na UTI.
Tenho uma amiga, professora e assessora parlamentar, que afirma: a educação é um barco que afundou. Ela é uma excelente profissional da educação. Possui sólida formação acadêmica e faz a diferença na comunidade onde mora. Porém, está voltando às atividades no parlamento gaúcho. E não porque odeia a educação. Ela ama. Ocorre que a educação não a ama e, portanto, a remunera muito mal. Nela já não há a necessária serenidade para (e da) busca intelectual, para a pesquisa científica – elementos fundamentais na formação tanto do professor quanto dos alunos, visando não serem mais alguns indivíduos em meio a tantos outros. Não se faz ser pensante sem investimento.
É bater na mesma tecla dizer que não tenho mais encantos com a educação. Amo dialogar com pessoas de todas as idades acerca de produção textual, de gramática e semântica. Todavia, as pliticagens governamentais e partidárias (vem delas a ideologia de valorização profissional) me assaltaram, furtaram de mim o encanto. Já me basta ser um burocrata bem remunerado. Basta-me ter bom salário e tempo curtir minha mulher e minha filha.
Enquanto esse dia não vem, infelizmente elas terão de me dividir com correções de provas, trabalhos e produções escolares. Também, em vez de poesia e ficção, vão enxergar livros pedagógicos – às vezes com blá-blá-blá de quem nunca entrou numa sala de aula.
Ainda bem que podemos sonhar.
Sonho com dias melhores.
Vamos à prova.
21 junho 2009
12 de junho
No feriadão de 12 de junho eu e a Lu decidimos comemorar de um jeito simples, mas, para nós especial. Assistimos a um filme e lemos um mesmo livro. Com o frio pegando, o fogão à lenha fez companhia e alimentou-nos com um cremoso caldo de ervilha (com bacon e calabresa); um tinto suave fez as vezes da água.
Eu recebera de um amigo o livro (e não obra) do John Grogan no início de 2008. Fiz um esforço sobremaneira inútil tentando chegar ao final das páginas. Desisti. Há livros que não são pra gente. Se em dou ou três capítulos não formos encantados pode não ser má ideia desistir. Porém, com o filme foi um pouco diferente. Nele resumiram vários capítulos chatos, tornaram imagem aquilo que – a meu ver – o autor não conseguiu fazer boa tradução para o mundo da escrita. Além do mais, o filme tornou o autor e sua esposa pessoas lindas, dentro dos padrões sonhados pela norte-americanidade (porque obseidade lá é fato, em que pese a ‘maquigem’ do cinema). Apesar de entender a intenção tanto do filme quanto do livro, discordei do enfoque. O centro de tudo era um cachorro. Os filhos vieram, pelo menos um nem vingou, mas o centro continuou sendo um cachorro. Meu instinto paterno diz que isso não me serve. Minha filha é infinitamente mais importante prova está eu não ter animais de estimação. No entanto, a fotografia do filme foi linda, especialmente as paisagens irlandesas (vale a pena ver a Irlanda no filme “P.S. Eu te amo”). O filme valeu pela companhia da minha namorada e da minha novíssima paixão, respectivamente, Lu e Maria Flor. Foi assim que assisti a Marley & Eu[i]. Um filme morno, mas melhor que o livro.
No outro dia, foi a vez de lermos um livro engraçado. Livro escrito de mulher para mulher. Sem redundâncias, um livro para se ler numa sentada. Cals e Catunda foram felizes na escrita que beira o popularesco. O livro é divertido e nós o adoramos. Sugerimos que todos leiam-no, sobretudo os que gostam de frases politicamente corretas.
Trata-se de Eu sento, rebolo e ainda bato um bolo..., de Andrea Cals e Marcela Catunda, publicado pela editora Matrix. O subtítulo deixa clara a intenção do livro: o guia para a mulher que não precisa de guias. Lemos a 2ª. Ed.
[i] Marley & eu, 2008, distribuído por 20th Century Fox Film Corporation. Dirigido por David Frankel e estrelado por Owen Wilson e Jennifer Aniston.
26 abril 2009
24-04-09 - Feliz Aniversário
Te amamos,
Levi & Luciane,
os pais mais bobos do mundo.