25 outubro 2010

colegas e mestres

25 outubro 2010
Levi Nauter

 


Parece ‘chover no molhado’, mas é a mais pura verdade: sou um privilegiado. Tenho a alegria de trabalhar com pessoas bem legais e com as quais muito aprendo. São professores de diversas áreas, com diferentes especializações, trabalhando com os mais diversos casos de alunos. A maioria dos meus colegas, tal como eu, trabalham 60h semanais para, ao final do mês, ter um melhor salário.
Eu tenho um carinho especial pelos meus colegas da noite. Trabalhamos numa comunidade cujos governos esqueceram de revisitá-los. Uma gente pobre, cheia de vulnerabilidade social (altos índices de violência, de consumo de drogas e uso de psicotrópicos). Lá se vê a utilidade do Bolsa Família – única renda de muitos. Igualmente lá, nos intervalos, é que vejo alguns alunos sedentos de um bom papo, com fome de gente que os valorize, que diga a eles do quanto são capazes de irem mais além. Mais que cuidar da aprendizagem, cuidamos, mesmo não tendo tanta clareza, bem mais da autoestima; em diversos momentos somos mais agentes de saúde mental do que professores. Somos bailarinos e fazemos acrobacias para eles rirem conosco.
A esses profissionais eu devo um agradecimento. Eles me fizeram uma bela e inesperada surpresa. Entendi como um mimo pelo dia do professor e do secretário. Além de refris e torta, recebi um vale-presente. Com ele adquiri dois livros: (1) A arte de educar, do psiquiatra e quase-ator Flávio Gikovate, e (2) Temperamento forte e bipolaridade, do também psiquiatra (e professor) Diogo Lara. Duas obras numa área da ciência que respeito e gosto de ler. Já estão na fila. Assim que lê-los postarei algo a respeito.
Obrigado colegas.
Vocês são demais.



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