16 dezembro 2006

NÓS, OS BOBOS DA REPÚBLICA

16 dezembro 2006
Levi Nauter



Perdoem-me os canhotos (ou esquerdistas) de plantão, principalmente aqueles que, a meu ver, pouco pesam das contradições visíveis da própria esquerda. Mas é imperdoável o que temos visto na política partidária brasileira. Simplesmente lamentável. Líderes políticos, no afã do poder, fazem promessas espúrias, indignantes, àqueles que deveriam pensar muito mais em nós. Porém, ao contrário, são tratativas a fim de aumentar salários, de ter regalias e mais regalias.
É quase impossível entendermos como pode-se dar aumento para quem já ganha muito e o mínimo para quem já recebe o mínimo. Às vezes, temos a sensação de que o dinheiro de alguns sai de um outro lugar que não dos cofres públicos, ou seja, a gente paga pra essa gente. Pagamos impostos (e ai de nós se assim não fizermos), cumprimos com nossos deveres. Mas não conseguimos ver isso dos nossos (pseudo)representantes. Trabalhamos no mínimo oito horas diárias e se faltarmos ao trabalho, falta; se houver excesso, rua. E eles? Ganham aumento. Sinto muito, mas eles não fazem nada de relevante para nós que ganhamos pouco. Eles não são nossos representantes, podem representar qualquer coisa menos nós.
Não é de indignar?
Quando peço perdão à esquerda é porque acreditei nela por um longo período e estou decepcionado. Tão decepcionado que preferiria que a direita tivesse ganhado as eleições. Não agüento mais receber, na minha caixa de e-mails, mensagens querendo que eu faça parte na defesa desta ou daquela figura de nome dito respeitável e que participa do governo. Chega! Paciência tem limite! Podemos ter cara de bobos e, até certo ponto, temos sido os bobos da república. Agora, continuar sendo pode ser uma opção de alguns; mas, definitivamente, não será a minha.
Não defendo nenhum partido político. E os político-partidários terão em mim sempre "um pé atrás". Afinal, parece até piada ouvirmos de alguns: "não tenho nada, não possuo patrimônio". Que lindo eles, não? Amáveis. Vivem de altos salários e não têm sequer um patrimônio? Conte a piada para outro ou me contrate, porque, mesmo ganhando pouco, tenho patrimônio.
Pois que fiquem com suas amabilidades bem longe de mim. Que se encerrem nos seus gabinetes e não apareçam. A vida real, fora dos gabinetes, está andando. Nós, os bobos da república, infelizmente temos de pagar algumas contas desse pessoal. Contudo, também queremos ter o direito de não enxergá-los por um tempo. Quanto mais fazemos amizades com eles, mais temos de pagar suas contas. É um absurdo. Pior que isso só vendo um comunista encabeçando o aumento. Como deve ser fácil pregar um comunismo às avessas, ser comunista rico não é ruim - até eu seria.
A esquerda precisa ser repensada. Por enquanto, ela está fajuta e faz a mea-culpa com programas assistenciais. Outra característica, que não escapa a nenhum partido, é o alardeamento de belas frases. Quanto mais perto do poder, mais frases de efeito. "A cidade disso", "A cidade daquilo", "Brasil, um país disso ou daquilo". Na prática, porém, tudo fica igual: o de cima sobe e o debaixo desce. Infelizmente, por fim, os debaixo ainda não sabem do poder que têm. São como os cavalos que puxam a carroça, qual cavalo tem consciência da força que possui?






[escrevi este texto com uma indignação tal que me nego acorrigir qualquer conteúdo gramatical]

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