05 novembro 2005

O EXEMPLO DRUMMOND

05 novembro 2005
Levi Nauter

Tanto Drummond como seus companheiros do Modernismo nos dão uma lição: temos de ousar fazer coisas diferentes. Por minha vez, estou peleando contra as frustrações da vida. Por vezes penso que pouco há o que fazer; noutras, acho que tenho de continuar tentando. Enfim, fico com as duas opções: nalguns momentos fico triste, em outros busco a felicidade. Não é muito fácil. Talvez essa seja a razão de a felicidade ser uma constante e incansável busca.
Ainda assim, o exemplo Drummond me vem a mente ao lembrar que todos queriam divagar sobre assuntos politicamente corretos. De repente:
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
No meio do meu caminho ainda tem uma pedra. Penso que, como esse autor, nunca esquecerei esse acontecimento. Pois, no meio do meu caminho ainda tem uma pedra. Lá está ela. Não sei se chuto, não sei se passo ao largo.
Mas estou vendo-a,
no meio do caminho.

1 comentários:

Anônimo

Acredito que as pedras estão aí mesmo, devem estar, com o simples propósito de nos fazerem pensar a respeito do que somos e de quem somos. Não adianta apenas olhar, pensar, é necessário que haja uma prática, uma ação que desencadeie uma mudança, seja ela qual for.
Talvez o chutar valha mais a pena do que passar ao largo. Porque talvez, só talvez, o pé doa ao tocá-la e isso já mude tudo.

 
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