02 setembro 2007

à mulher que eu amo

02 setembro 2007

Levi Nauter





Falar de uma pessoa especial é difícil. Mas vale o esforço. Hoje meu coração está saltitante. Estou comemorando o aniversário da pessoa que me faz feliz. Passei a semana pensando em como fazer essa homenagem, em como dizer o que gostaria de dizer – sabendo, antecipadamente, que pouco vou expressar do que sinto. Há sentimentos que, trazidos à tona, são apenas sombra do que sentimos. Vale a tentativa.
Como somos apaixonados por música, meu recurso está definido.
Com quinze anos de convivência não tenho pudores para dizer que a amo. “É sobre-humano amar cê sabe muito bem/é sobre-humano amar, sentir, doer, gozar, ser feliz...”
[1] No início há receios de se dizer que ama; com o passar do tempo, o tal amor vai aflorando até que dizemos, sem medo, “vermelho são seus beijos/que meigos são seus olhos”[2]. Lu, és minha menina bonita, menina bonita, ai[3].
É maravilhoso estar contigo, Lu. Fico com a cabeça cheia de idéias
[4]. Como diria Lenine, é preciso paciência. São tantos os sonhos, as batalhas, os risos e os choros pelos quais temos passado. Haja paciência! [5]


Tenho aprendido muito nessa caminhada contigo. Admiro a tua garra, a tua obstinação por um foco. És os meus pés no chão; graças a isso, posso dar altos vôos sem preocupação. És um presente na minha vida, “és manjar de reis/dos mais finos canapés/mas agora é minha vez de te fazer mil cafunés”[6].
Não vejo a hora de podermos, juntos, rumarmos ao nosso novo ninho, onde viveremos o restante das nossas estações de existência. Muito mais histórias vão brotar, mais flores, mais coloridos, mais nós. Lá, mais seguidamente veremos beija-flor
[7].


Como podes ver, faltam-me as palavras. Prefiro encerrar com dois ícones das músicas que escutamos juntos:


Tom Zé


“...Menina a felicidade
É cheia de lata, é cheia de graça
É cheia de pano, é cheia de peno
É cheia de sino, é cheia de sono
É cheia de ano, é cheia de eno
É cheia de hino, é cheia de ono
É cheia de an, É cheia de en
É cheia de in, É cheia de on”
[8]


E esta, cantada pelo inconfundível Chico:


“De que calada maneira
Você chega assim sorrindo
Como se fosse a primavera
Eu morrendo
E de que modo sutil
Me derramou na camisa
Todas as flores de abril
Que lhe disse que eu era
Riso sempre e nunca pranto
Como se fosse a primavera
Não sou tanto
No entanto, que espiritual
Você me dar uma rosa
Do seu rosal principal”
[9]



Lu, eu te amo!
Tu és a demonstração da graça divina sobre a minha vida.
Parabéns pelo teu dia.








[1] Trecho de ‘Mais simples’, música do excelente professor-compositor-estudioso José Miguel Wisnik.
[2] Trecho de ‘Vermelho’, letra e música de Vanessa da Mata.
[3] Paráfrase de parte da letra da bela ‘Malemolência’, da maravilhosa Céu (o disco é um céu afro-brasileiro).
[4] Referência a uma Linda música do grupo Mundo Livre S/A, CD Por Pouco.
[5] Paciência faz parte do CD ‘Na pressão’.
[6] Manjar de Reis é uma composição de Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Está no ótimo CD “Eu não peço desculplas” – de Mautner e Caetano.
[7] Há uma linda música homônima de Flávio Venturini e Ronaldo Bastos, que inclusive nomeia o CD: Beija-flor.
[8] Lindíssima música ‘Menina, amanhã de manhã’, do Tom Zé, cantada pela lindíssima voz de Mônica Salmaso – CD Iaiá.
[9] ‘Como se fosse a primavera’ é uma música de Pablo Milanez e Nicolás Guillén; está no imperdível CD Chico ao vivo, show As Cidades.

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